Maçãs podres: flagrante mostra caminhoneiros vendendo combustível transportado

No interior de São Paulo, caminhoneiros vendem nas estradas parte do combustível que deveriam transportar.

Dezenas de caminhões tanque estacionados aguardam para descarregar o combustível em uma distribuidora de São José do Rio Preto. Com uma câmera escondida, o produtor do Bom Dia Brasil encontra um caminhoneiro que, sem saber que estava sendo filmado, revela como é o esquema.

Produtor: Eles usam como para tirar?

Caminhoneiro: Cada um tem um jeito. Uns dizem que tem um tal de chupa-cabra, outros botam uma moedinha. Eu boto ele puro. Pode notar que se tu botar ele puro teu carro vai render mais que a gasolina.

Durante várias semanas os produtores investigaram a venda irregular de etanol. O esquema funciona durante a noite, quando a escuridão ajuda a esconder os caminhoneiros que furtam o combustível. Tudo acontece atrás dos caminhões, e fica mais difícil ser surpreendido por quem passa pela rua.

Imagens mostram o flagrante do momento que a caminhonete carregada com galões deixa um local. Em seguida o caminhoneiro segue rumo à distribuidora. O negócio foi fechado na escuridão.

Produtor: Onde eu consigo comprar combustível?

Caminhoneiro: Você quer o que?

Produtor: Dois galões, cinco litros.

Caminhoneiro: É álcool?

Produtor: É.

Caminhoneiro: Pega o chupa-cabra lá.

Por dia, cada caminhoneiro chega a vender 300 litros do combustível.

Produtor: Quanto vocês cobram um litro?

Caminhoneiro: R$ 1.

Um representante da Secretaria da Fazenda, responsável pela fiscalização da venda de combustível no estado, considera grave o esquema e diz que a irregularidade pode fazer com que o etanol chegue adulterado às bombas.

“Esse álcool vai ter que ser reposto e, como não se tem álcool, vai se colocar água neste tanque. Isso vai causar um desgaste em veículo, uma adulteração”, afirma o delegado regional Hamilton César Nogueira.

“Este produto é de origem duvidosa, porque a gente não sabe o que estas pessoas estão manipulando junto a este combustível que está sendo retirado dos caminhões de transporte”, ressalta o presidente regional da Sincopetro Roberto Uehara.

A Polícia Civil alerta que os envolvidos no esquema podem pegar uma pena de oito anos de prisão. “Esse pessoal que está envolvido com a venda vai responder por furto qualificado, associação criminosa e crime contra a relação de consumo. Quem adquire responderá por receptação qualificada, inclusive”.

“Geralmente a gurizada faz, mas tem que cuidar, porque se os guardas pegarem vai todo mundo para a jaula. É roubo, né”, diz um caminhoneiro.

aaabcamAbr2019 cadastramento caminhoneiros

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