Proibição de subir a Via Anchieta foi tardia, avalia Associação dos Caminhoneiros
Em razão do incêndio em um terminal de combustíveis da empresa Ultracargo na última quinta-feira (2), no Porto de Santos, um enorme congestionamento se formou na Via Anchieta. Na tentativa de minimizar o caos na região, a SEP (Secretaria de Portos da Presidência da República) proibiu o acesso de caminhões à região. A medida foi determinada no último domingo (5).
Os caminhoneiros que chegaram pelo Sistema Anchieta-Imigrantes foram retidos no km 40 da Anchieta e redirecionados pela Polícia Rodoviária a uma área de descanso, a fim de que pudessem aguardar a liberação do tráfego.
O presidente da Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), José da Fonseca, informou que ainda não é possível mensurar os prejuízos, já que além das mercadorias que estão presas nos caminhões, existem aquelas que ficaram retidas nas indústrias, já que transportá-las seria inviável.
Apesar de ainda não se ter calculado os prejuízos do incêndio, Fonseca acredita que o Governo e as empresas responsáveis pela administração do Porto de Santos e do Sistema Anchieta poderiam ter proibido imediatamente o acesso de caminhões à região. “A proibição aconteceu de forma tardia. Somente no domingo a determinação foi publicada. Se isso tivesse acontecido logo após a explosão, é certo que muitos caminhoneiros não teriam ficado retidos nas margens da rodovia”.
Fonseca espera que esse incidente sirva para abrir uma discussão sobre a segurança de todas as instalações do Porto, bem como a falta de infraestrutura e preparo da região para agir em casos emergência.
“A Via Anchieta é o maior corredor de exportação da América Latina, o Porto de Santos concentra mais de 50% do produto interno bruto do país e responde por mais de um quarto da movimentação da balança comercial brasileira. Como podem deixar de planejar segurança e infraestrutura para uma região fundamental como essa?”, questiona o presidente da Abcam.